Essa semana quase não teve texto. Faltou tempo. Minhas semanas têm sido atribuladas desde que resolvi fazer duas disciplinas de mestrado como ouvinte no curso de Letras da UFF. Cada aula exige a leitura de pelo menos três textos em mais de três horas de discussão. E ainda tem o curso de escrita do Sesc aos sábados e os exercícios que esqueço de fazer de uma aula para a outra. E os clientes de tradução e revisão que não podem ser esquecidos (é preciso pagar as contas). E um livro novo para preparar. E os livros dos clubes de leitura. E o blog. E as postagens no Instagram, porque é preciso alimentar o algortimo como um cão faminto para não ser devorada por ele. E os eventos literários, os encontros sociais, a terapipa, as atividades físicas, as idas ao cinema (assisti “Retratos Fantasmas” depois de ler o relato da
, muito bom mesmo).“Não sei como você dá conta”. Foi o que uma amiga me disse quando nos encontramos para um café no início do período letivo quando tudo estava se encaixando. Na hora eu percebi que eram mesmo muitos pratos que eu estava tentando equilibrar sobre palitos, girando e girando e sem deixar cair. Mas achei que eu daria conta. Tenho tempo pra tudo.
Na sexta-feira, deixei um pratinho cair. Fiz um movimento diferente e pronto, lá se foi um ao chão. Um dia inteiro perdido. Produtividade zero. Nem um texto lido. Cronograma atrasado. O tempo que parecia tão elástico tornou-se rígido. Os prazos se aproximam. O relógio bate meia-noite. O sonho acabou, Cinderela. Pode colocar os pés no chão. Você não vai dar conta. Esse dia de repouso vai te custar meses.
Respiro. Não adianta chorar pelo prato derrubado. Ainda tenho outros girando. A questão é: até quando? Por outro lado, equilibristas também precisam de descanso.
Enquanto procurava uma imagem para ilustrar essa edição, topei com esse texto de uma escritora que também equilibra pratos, mas descobriu que é a única maneira de fazer tudo dar certo (quem sabe eu descubra isso também?)
Nesse outro texto que também apareceu na minha pesquisa, a autora fala da necessidade de priorizar os pratos em diferentes momentos. Algo que minha terapeuta também vem tentando me dizer. Talvez eu devesse ouvi-la.
Como você equilibra as suas demandas? Aceito dicas.
Resumo da semana
No último sábado, tive o prazer de conhecer a escritora cubana Teresa Cárdenas em uma oficina de escrita no Sesc Niterói como parte da formação literária que estou fazendo lá. Aproveitei para presenteá-la com um exemplar do meu livro e escrevi sobre esse encontro e seus conselhos valiosos de escrita no meu blog.
Também no sábado 16/09, passei uma tarde deliciosa no sarau de lançamento da Revista Lira nº 4 na Livraria Ponte, em Niterói. O tema dessa edição trimestral pensando sobre o Setembro Amarelo foi angústia, então discutimos o que a palavra significa para cada um e lemos poemas relacionadas ao tema.
O que eu li essa semana 📚
Mãe Sereia, Teresa Cárdenas
Cartas para minha mãe, Teresa Cárdenas
Lira nº 4, a revista literária mais charmosa do RJ, que você pode ler online ou comprar impressa para colecionar
Me inspirei a escrever esse texto lendo o nº 21 da
quando devia estar fazendo outras coisas, mas caiu como uma luva.A última news da
sobre personagens femininasodiosascomplicadas na ficção
O que eu ouvi essa semana
Esse episódio do podcast do Publishnews cobrindo o Rio International Publishers Summit que rolou durante a Bienal do Livro sobre o preço do livro no Brasil.
O álbum Truque da Clarice Falcão (na verdade tô escutando ele o mês inteiro)
Agenda 📅
Quarta-feira, 27/09, tem clube de leitura Casa de Poetas online às 20h! O livro da vez é o Fogo de Palha da Carla Guerson que eu li semana passada e amei. Se inscreva gratuitamente aqui.
Já conhece a Casa Inventada? Todo mês tem cursos e aulões com mentoras incríveis para quem quer soltar ou aprimorar a escrita.
Sexta-feira 29/09 tem lançamento de Água-luz, romance de estreia da minha amiga Cecília Rogers em Niterói.
Leitura atrasada de mais um belo texto! Curioso de ver a data e horário da postagem: pouco antes de chegar em casa, de volta do assalto à mão armada que sofremos às 07:40 na Cidade Nova, no trajeto de uma corrida de rua no Aterro, e com perdas importantes - mas, felizmente, recuperáveis: do carro novo, celular da esposa, fone de ouvido, entre outras menores...como dar conta de tudo sob um infortúnio desses?! A vida é dinâmica e devemos saber lidar com os imprevistos e com as mudanças...
Às vezes, só derrubando um prato ou outro pra gente sair desse modo de produção insana, né? Precisamos normalizar não dar conta de tudo! E obrigada por indicar a Imagina Só ❤️